sábado, 25 de setembro de 2010

Mal

MAL


Guerras, doenças, acidentes, crimes, violações, catástrofes, tragédias, assassínios, suicídios, desgostos, fome, epidemias, pestes, calamidades, inundações, incêndios, assaltos, terrorismo, atentados, ameaças, corrupção, tráfico, prevaricação, mentira, ódio, inveja, desespero, pesadelos, maldições, desânimo, desconfiança, crise, stress, prejuízo, desonestidade, insegurança, infidelidade, loucura, infelicidade, prostituição, pedofilia, xenofobia, sofrimento, pobreza, sequestros, raptos, terramotos, poluição, lixo, droga, sida, escravatura, injustiça, desrespeito, derrotas, conflitos, medo, depressão, dor, e morte.
É interminável a lista de palavras para definir o que nos e prejudicial, o que nos é desagradável, ou o que nos faz mal. Pois o mal está presente na vida com a mesma intensidade que o bem.
A noção de bem e de mal é exclusiva dos humanos. Os animais podem agir bem ou mal, mas só perante a compreensão humana. Os animais apenas sentem prazer ou dor. Os humanos sabem o que sentem.
Os humanos vão classificando de bem ou mal, tudo o que existe, à medida que vão evoluindo no conhecimento da vida e de si próprios. Cada vez existem mais bens e cada vez existem mais males, ou cada vez existem maiores bens e cada vez existem maiores males.
A evolução do bem e do mal, apesar de ter correspondência recíproca, porque quanto maior é o bem maior é o mal, tem particulari-dades que fazem distinção entre cada parte. O bem é construção, é crescimento, é ordem, é organização, é o conjunto de todos em colabora-ção para um fim comum. O mal, pelo contrário, é destruição, decrescimento, desordem e desorganização. É o caos e a anarquia, e basta um homem para o activar. A construção de qualquer coisa é sempre mais lenta, demorada, difícil e trabalhosa, que a sua destruição. Se para construir uma coisa são necessários “n” homens e “y” tempo, para a destruir são necessários menos homens ou menos tempo, ou menos homens e menos tempo.
A história a humana é uma luta constante entre as forças do bem e as forças do mal. Em igualdade de circunstâncias, o mal vence sempre. Por essa razão as batalhas, guerras, crimes, e conquistas com genocídios, estão presentes em todos os relatos históricos. Felizmente as circunstâncias não são sempre iguais, e se um exército deixa arrasada uma cidade, logo outro “exército” voluntário muito maior, une forcas para a reconstruir. E a cidade destruída é transformada numa cidade mais evoluída. Porque tudo tem o seu reverso.
O homem evoluído, superior, moderno, e poderoso, embora num sentido bruto, é aquele que, ainda que em privado pratique o mal, em público proclama o bem. Porque só o bem é obediente, respeitador e cons-trutivo. A educação para o bem, apesar de favorecer a todos em geral, favorece principalmente os educadores. Ninguém ensina o manuseamento de uma arma se não tiver em seu poder outra arma mais poderosa. A segurança e o poder de uns só se solidificam com a obediência, o respeito e o medo dos outros. Os “maus” mandam e os “bons” obedecem — porque se os “bons” mandassem, os “maus” porque eram “maus” não obedeceri-am.
São necessários muitos homens bons, ou que pratiquem o bem, para terem a mesma força que poucos homens maus. Os homens bons existem sempre em maior número, porque só assim é possível o equilíbrio entre o bem e o mal, e daí a evolução.
Para construir é necessário aprender e ser bom, ou ter boas intenções — fazer o bem. Para destruir não é necessário aprender — o podador que aprendeu deixará os ramos ideais para o crescimento adequado da planta; o que não aprendeu pode cortar ramos vitais. Mas, se se aprende e se tem más intenções, a destruição será fatal. Pois quem não sabe, faz mal, e quem sabe, faz bem, mas se quiser fazer mal, este será maior.
O mal é muito mais poderoso que o bem, mas o bem existe em muito maior quantidade. O mal está na natureza humana, por inocência, o bem é a natureza humana, em consciência. Todos somos normalmente educados para o bem. Só assim é possível viver em sociedade, em harmonia e em paz. Mas a educação é apenas a forma de combatermos o mal que há em nós, e este nunca desaparecerá.

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